Cluster One - Pink Floyd

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Estatismo: uma questão de fé




         O mentalidade estatista , resultante da descrença no transcendente(uma manifestação da “fé metastática” Voegeliniana) e na perda da fé é uma das maiores mazelas dos nossos tempos. Mesmo quando confrontados com as críticas devastadoras feitas pelos economistas das Escolas Austríaca e de Chicago ao intervencionismo, com a história inteira das catástrofes econômicas e sociais patrocinadas pelo Estado nos séculos XX e XIX, os brasileiros não perdem a fé no Estado como entidade redentora da sociedade, que resolverá os problemas dela. Não é coincindência que os países com mais liberdade e menos Estado são os melhores pra se viver. É sem sombra de dúvidas uma questão de fé.
            Insistir em um Estado “caridoso” e “generoso” é como falar em “assalto virtuoso”. Ou você irá dizer que tirar dinheiro das pessoas compulsoriamente via impostos para dar a terceiros(tomando parte para si, pois alguém precisa sustentar o funcionário público) é “solidariedade”? E convenhamos, ser solidário com o dinheiro alheio não é solidariedade. Os burocratas não são uma espécie de “casta iluminada” que consegue saber quais são os anseios e vontades de todos os indivíduos e possuem um intelecto superior para gerir as coisas com uma eficiência extraordinária. Na verdade, a história nos mostra justamente o contrário: a incompetência estatal em administrar qualquer coisa é uma constante. Diante dessa situação, uma coisa é evidente: o ônus da prova está do lado dos estatistas, não dos liberais e conservadores. Além da questão da eficiência, há a questão moral, pois o Estado funciona a base de impostos, ou seja, da coerção. É moralmente legítimo tirar à força o dinheiro de quem tem para dar para "ajudar" os outros(tomando sempre para si uma parte, pois o aparelho redistributivo tem que se manter)? Pelo que parece, se adicionarmos uma pitada do discurso demagógico sobre “justica social”, “luta de classes”, “bem comum”, “função social da propriedade” ou contra o “grande capital”, o “neoliberalismo”  e as “elites opressoras”, tudo se legitima.
            De fato, o que se nota é o surgimento de uma religião secular, a seita estatista, que acredita que por meio do Estado é possível realizar o "triunfo da justiça, da igualdade e da liberdade", através da redistribuição da riqueza e da "conquista e construção de direitos"(como diria a dona Chauí). É o velho mito do almoço grátis somado à idéia de que a economia é um jogo de soma zero, onde quando um ganha, o outro perde. Como o Estado com seus burocratas fará o planejamento da sociedade, guiando ela em direção ao futuro brilhante( é no mínimo estranho que durante o processo, os planejadores serão os detentores de um poder e um controle muito maior do que aquele que eles advogavam ser necessário destruir) é algo que jamais foi esclarecido. Como essa elite planejadora irá descobrir e saciar as necessidades dos milhões de indivíduos completamente distintos, com anseios e vontades que mudam a cada instante é um mistério. E no fim, se pararmos pra pensar, é necessário que não se saiba mesmo qual é o caminho para o “futuro brilhante”, aquele mesmo futuro que G. K. Chesterton afirmou, em mais uma sacada genial: uma sociedade tão boa que ninguém precisará ser bom. O discurso é sempre o mesmo: “o problema são as pessoas que estão lá no governo e na política, se trocassemos por outras mais virtuosas seria melhor”. No fim, o que querem é trocar uma elite de burocratas que no passado foi chamada de iluminada, por uma nova elite de burocratas mais iluminados ainda. Não preciso nem falar aonde isso vai dar, né?


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