“O estado é a grande ficção da qual todo mundo se esforça para viver às
custas de todo mundo.” ―Frederic Bastiat
O mentalidade estatista , resultante da descrença no transcendente(uma
manifestação da “fé metastática” Voegeliniana) e na perda da fé é uma das
maiores mazelas dos nossos tempos. Mesmo quando confrontados com as críticas
devastadoras feitas pelos economistas das Escolas Austríaca e de Chicago ao
intervencionismo, com a história inteira das catástrofes econômicas e sociais
patrocinadas pelo Estado nos séculos XX e XIX, os brasileiros não perdem a fé no
Estado como entidade redentora da sociedade, que resolverá os problemas dela. Não é
coincindência que os países com mais liberdade e menos Estado são os melhores
pra se viver. É sem sombra de dúvidas uma questão de fé.
Insistir
em um Estado “caridoso” e “generoso” é como falar em “assalto virtuoso”. Ou
você irá dizer que tirar dinheiro das pessoas compulsoriamente via impostos
para dar a terceiros(tomando parte para si, pois alguém precisa sustentar o
funcionário público) é “solidariedade”? E convenhamos, ser solidário com o dinheiro
alheio não é solidariedade. Os burocratas não são uma espécie de “casta
iluminada” que consegue saber quais são os anseios e vontades de todos os
indivíduos e possuem um intelecto superior para gerir as coisas com uma
eficiência extraordinária. Na verdade, a história nos mostra justamente o
contrário: a incompetência estatal em administrar qualquer coisa é uma
constante. Diante dessa situação, uma coisa é evidente: o
ônus da prova está do lado dos estatistas, não dos liberais e conservadores.
Além da questão da eficiência, há a questão moral, pois o Estado funciona a base
de impostos, ou seja, da coerção. É moralmente legítimo tirar à força o
dinheiro de quem tem para dar para "ajudar" os outros(tomando sempre para si uma parte,
pois o aparelho redistributivo tem que se manter)? Pelo que parece, se
adicionarmos uma pitada do discurso demagógico sobre “justica social”, “luta de
classes”, “bem comum”, “função social da propriedade” ou contra o “grande
capital”, o “neoliberalismo” e as “elites
opressoras”, tudo se legitima.
De
fato, o que se nota é o surgimento de uma religião secular, a seita estatista,
que acredita que por meio do Estado é possível realizar o "triunfo da justiça,
da igualdade e da liberdade", através da redistribuição da riqueza e da "conquista e construção de direitos"(como diria a dona Chauí). É o velho mito do almoço grátis somado à idéia de que a
economia é um jogo de soma zero, onde quando um ganha, o outro perde. Como o
Estado com seus burocratas fará o planejamento da sociedade, guiando ela em
direção ao futuro brilhante( é no mínimo estranho que durante o processo, os
planejadores serão os detentores de um poder e um controle muito maior do que
aquele que eles advogavam ser necessário destruir) é algo
que jamais foi esclarecido. Como essa elite planejadora irá descobrir e saciar
as necessidades dos milhões de indivíduos completamente distintos, com anseios
e vontades que mudam a cada instante é um mistério. E no fim, se pararmos pra
pensar, é necessário que não se saiba mesmo qual é o caminho para o “futuro
brilhante”, aquele mesmo futuro que G. K. Chesterton afirmou, em mais uma sacada
genial: uma sociedade tão boa que ninguém precisará ser bom. O discurso é
sempre o mesmo: “o problema são as pessoas que estão lá no governo e na
política, se trocassemos por outras mais virtuosas seria melhor”. No fim, o que
querem é trocar uma elite de burocratas que no passado foi chamada
de iluminada, por uma nova elite de burocratas mais iluminados ainda. Não
preciso nem falar aonde isso vai dar, né?
http://forumdaliberdade.com.br/indice-de-liberdade-economica/
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