Hoje em dia é muito comum ouvir máximas como: Sou contra todo tipo de preconceito,
ditadura, discriminação. O problema, que se apresenta como solução à intolerância e à
ignorância ou ao totalitarismo dos outros, possui normalmente uma contradição
derivada da estrutura epistemológica adotada por seus seguidores. Perscrutemos para
Quem é o cético ou o que seria o ceticismo?
Cético no uso corrente da palavra, derivada do uso grego e latino, é aquele chato que
sempre pergunta como sabemos as coisas, não acredita sem antes pesquisar, indagar, etc
(LANDESMAN, 2006, p.17). Ele eleva nosso padrão de exigência quanto a aceitação
das coisas e a obtenção do conhecimento. Mas “se isso fosse tudo o que significa ser
‘cético’, seria bom que algumas pessoas fossem mais céticas do que são” (WILLIAMS,
2008, p.67). Então quem que esse cético que incomoda e nos faz ter de ou ignorá-lo ou
pelo menos combatê-lo mostrando falhas no seu raciocínio?
Ele é o cético filosófico, ou seja, aquele que não crê na possibilidade da existência do
conhecimento, ou crê que se o conhecimento existe não é possível obtê-lo, ou se é
possível obtê-lo não é possível nem transmiti-lo nem provar que o obteve.
O problema em defender esta posição é que no mesmo momento em que o cético dá
razões e apresenta argumentos para defender sua tese, ele cai em contradição pois com o
argumento pretende criar conhecimento, pretende que sua explicação seja verdadeira
(LANDESMAN, op.cit, p.21). Obrigatoriamente, se a pessoa não sabe de nada, a única
opção é calar-se, pois tudo o que ela falar será falso, se é que ela sabe falar. Parece claro
que ninguém consegue viver nesta condição.
O Ceticismo e o Relativismo
Voltando ao início da conversa, atrás dos discursos do “é proibido proibir” se esconde
normalmente um cético filosófico, que não crê numa verdade acima de todas, que não é
possível achar o bom e o ruim, o certo e o errado. No entanto basta contrariá-lo para
sermos enquadrados como fascistas, nazistas, totalitários, intolerantes, ... apelando a
valores comuns e a boa vontade das pessoas em admitir que ser enquadrado nestas
categorias de indivíduos é ruim, é mal, ninguém deseja ai estar.
Como então eles podem falar que somos errados se não creem na possibilidade de
conhecer o certo, o verdadeiro, o bom?
O problema que se apresenta é que aceitando a possibilidade do conhecimento do bem,
do bom, do verdadeiro, eles tem de busca-lo e nessa busca estão também uma miríade
de religiões (assim espero). Simplesmente não se suporta a ideia de ter de se conformar
a um modelo de vida, de bem, de verdadeiro que independa da sua vontade.
O que se faz então é negar que exista a verdade, o bem, o certo e em contrapartida tentar
impor por causa disso novas concepções de verdade, de bem, de certo, que sejam
agradáveis aos interesses daquele grupo e ai de quem delas discordar, afinal não é
possível saber que está certo ou errado.
Os argumentos então passam a valer para algumas situações e para outras não, por
exemplo, há uma propaganda passando na televisão mostrando por a + b que em
comparação com o número de mulheres existentes no Brasil, o número de
representantes no congresso não está de acordo, existem muito mais homens, logo a
mulher deve ocupar o espaço para que haja a igualdade na porcentagem de
Utilize esse argumento falando que 64.6% da população é católica, 22,2% é evangélica
e que devemos ocupar proporcionalmente o número de cadeiras no congresso. Nem
preciso falar o que acontecerá com você. Neste caso o cético saberá muito bem o que ele acha certo ou errado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário