Cluster One - Pink Floyd

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ceticismo e Contradições


Hoje em dia é muito comum ouvir máximas como: Sou contra todo tipo de preconceito, 

ditadura, discriminação. O problema, que se apresenta como solução à intolerância e à 

ignorância ou ao totalitarismo dos outros, possui normalmente uma contradição 

derivada da estrutura epistemológica adotada por seus seguidores. Perscrutemos para 

Quem é o cético ou o que seria o ceticismo?

Cético no uso corrente da palavra, derivada do uso grego e latino, é aquele chato que 

sempre pergunta como sabemos as coisas, não acredita sem antes pesquisar, indagar, etc 

(LANDESMAN, 2006, p.17). Ele eleva nosso padrão de exigência quanto a aceitação 

das coisas e a obtenção do conhecimento. Mas “se isso fosse tudo o que significa ser 

‘cético’, seria bom que algumas pessoas fossem mais céticas do que são” (WILLIAMS, 

2008, p.67). Então quem que esse cético que incomoda e nos faz ter de ou ignorá-lo ou 

pelo menos combatê-lo mostrando falhas no seu raciocínio?

Ele é o cético filosófico, ou seja, aquele que não crê na possibilidade da existência do 

conhecimento, ou crê que se o conhecimento existe não é possível obtê-lo, ou se é 

possível obtê-lo não é possível nem transmiti-lo nem provar que o obteve. 

O problema em defender esta posição é que no mesmo momento em que o cético dá 

razões e apresenta argumentos para defender sua tese, ele cai em contradição pois com o 

argumento pretende criar conhecimento, pretende que sua explicação seja verdadeira 

(LANDESMAN, op.cit, p.21). Obrigatoriamente, se a pessoa não sabe de nada, a única 

opção é calar-se, pois tudo o que ela falar será falso, se é que ela sabe falar. Parece claro 

que ninguém consegue viver nesta condição.

O Ceticismo e o Relativismo

Voltando ao início da conversa, atrás dos discursos do “é proibido proibir” se esconde 

normalmente um cético filosófico, que não crê numa verdade acima de todas, que não é 

possível achar o bom e o ruim, o certo e o errado. No entanto basta contrariá-lo para 

sermos enquadrados como fascistas, nazistas, totalitários, intolerantes, ... apelando a 

valores comuns e a boa vontade das pessoas em admitir que ser enquadrado nestas 

categorias de indivíduos é ruim, é mal, ninguém deseja ai estar. 

Como então eles podem falar que somos errados se não creem na possibilidade de 

conhecer o certo, o verdadeiro, o bom?

O problema que se apresenta é que aceitando a possibilidade do conhecimento do bem, 

do bom, do verdadeiro, eles tem de busca-lo e nessa busca estão também uma miríade 

de religiões (assim espero). Simplesmente não se suporta a ideia de ter de se conformar 

a um modelo de vida, de bem, de verdadeiro que independa da sua vontade.

O que se faz então é negar que exista a verdade, o bem, o certo e em contrapartida tentar 

impor por causa disso novas concepções de verdade, de bem, de certo, que sejam 

agradáveis aos interesses daquele grupo e ai de quem delas discordar, afinal não é 

possível saber que está certo ou errado.

Os argumentos então passam a valer para algumas situações e para outras não, por 

exemplo, há uma propaganda passando na televisão mostrando por a + b que em 

comparação com o número de mulheres existentes no Brasil, o número de 

representantes no congresso não está de acordo, existem muito mais homens, logo a 

mulher deve ocupar o espaço para que haja a igualdade na porcentagem de 

Utilize esse argumento falando que 64.6% da população é católica, 22,2% é evangélica 

e que devemos ocupar proporcionalmente o número de cadeiras no congresso. Nem 

preciso falar o que acontecerá com você. Neste caso o cético saberá muito bem o que ele acha certo ou errado.

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