Cluster One - Pink Floyd

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Análise do discurso de posse da presidente Dilma Roussef- Parte 2

“As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia. Isso, para nós todos, não é novidade. Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos trabalhadores e dos empresários.
Mesmo em meio a um ambiente internacional de extrema instabilidade e incerteza econômica, o respeito a esses fundamentos econômicos nos permitiu colher resultados positivos. Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar.” – Esse trecho parece piada de mau gosto. A inflação está fora de controle, a lei de responsabilidade fiscal está sendo violada o tempo inteiro e a estabilidade econômica está sendo colocada em risco(estamos em estagflação). O discurso está em total contradição com a realidade, é o oposto das práticas dos governos petistas(com exceção do início do governo Lula, à contragosto do ex-presidente). O ambiente internacional está razoavelmente bom, o mundo cresceu cerca de 3% na média , e a america latina também. Quem está no sal é o Brasil, Venezuela e cia lmtd.  Dilma está apenas colocando a sua culpa nos outros.

Na economia, temos com o que nos preocupar, mas também temos o que comemorar. O Brasil é hoje a 7ª economia do mundo, o 2º maior produtor e exportador agrícola, o 3º maior exportador de minérios, o 5º país que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7º país em acúmulo de reservas cambiais e o 3º maior usuário de internet.
Além disso, é importante notar que a dívida líquida do setor público é hoje menor do que no início do meu mandato. As reservas internacionais estão em patamar histórico, na casa dos US$ 370 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos atingiram, nos últimos anos, volumes recordes.” – E viva a matemágica: maqueando os dados com estatísticas furadas. O brasil real não é esse. A inflação está fora de controle, a indústria só demite, o governo é parceiro do MST, que é o maior inimigo do setor agrícola brasileiro, as empresas de mineração são todas privadas(com destaque para a CVRD, privatizada no governo FHC, à contragosto do PT), os investimentos estrangeiros estão estagnados(se é que não caíram). 3º maior usuário de internet: em termos absolutos ou proporcionais? O Brasil é a 7ª economia do mundo, mas parou de crescer e se nada for mudado na política econômica, será passado para trás.

“Mais importante: a taxa de desemprego está nos menores patamares já vivenciados na história de nosso país. Geramos 5 milhões e 800 mil empregos formais em um período em que o mundo submergia no desemprego. Porém queremos avançar ainda mais e precisamos fazer  mais e melhor!” – MENTIRA VIGARISTA! Como é possível o desemprego estar em ~5% se temos 50(25% da população inteira) milhões de beneficiados pelo bolsa família de acordo com a própria presidente? O caso do desemprego é mais um produto da “matemágica”: na conta não são considerados os que não estão procurando emprego. O número de dependentes do Estado apenas aumentou nos ultimos anos: em qualquer país sério do mundo, comemora-se quanto menos pessoas dependem do Estado- no Brasil é o contrário, quanto mais pessoas dependerem das tetas estatais, mais o governo vibra. “Geramos 5mi e 800mil empregos”, como se o governo gerasse emprego. Governo apenas cria cargos públicos sustentados por impostos. E não venha me dizer que as estatais “geraram empregos”, porque elas estão uma bagunça e já teriam falido há muito tempo se fossem privadas.

Por isso, no novo mandato vamos criar, por meio de ação firme e sóbria, firme e sóbria na economia, um ambiente ainda mais favorável aos negócios, à atividade produtiva, ao investimento, à inovação, à competitividade e ao crescimento sustentável. Combateremos sem trégua a burocracia. Tudo isso voltado para o que é mais importante e mais prioritário: a manutenção do emprego e a valorização, muito especialmente a valorização do salário mínimo, que continuaremos assegurando.
Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer. Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas, um aumento na poupança interna, a ampliação do investimento e a elevação da produtividade da economia. Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários. - Dilma, candidata de oposição ao próprio governo. Fazendo discurso um pouco neoliberal, além de falar que não irá cortar os direitos trabalhistas, depois de fazer um corte de R$18bi neles. O salário mínimo é uma política inflacionária(que pode ter seus efeitos reduzidos drasticamente se bem realizada). Dilma diz de produtividade, poupança interna e ampliação do investimento, mas suas ações de seu governo colocam a economia no sentido contrário.


Temos consciência que a ampliação e a sustentabilidade das políticas sociais exige equidade e correção permanente de distorções e eventuais excessos. Vamos, mais uma vez derrotar a falsa tese que afirma existir um conflito entre a estabilidade econômica e o crescimento do investimento social, dos ganhos sociais e do investimento em infraestrutura.”- Dilma com discurso de governante paternalista, falando em estabilidade econômica quando a economia do seu país está um caos, sem muitas perspectivas de melhoras sob sua administração e sem credibilidade internacional.




“Ao falar dos desafios da nossa economia, faço questão de deixar uma palavra aos milhões de micro e pequenos empreendedores do Brasil. Em meu primeiro mandato, aprimoramos e universalizamos o Simples e ampliamos a oferta de crédito para os pequenos empreendedores.
Quero, neste novo mandato, avançar ainda mais. Pretendo encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei criando um mecanismo de transição entre as categorias do Simples e os demais regimes tributários. Vamos acabar com o abismo tributário que faz os pequenos negócios terem medo de crescer. E sabemos que, se o pequeno negócio não cresce, o país também não cresce. Nos dedicaremos, ainda, a ampliar a competitividade do nosso país e de nossas empresas.” – É impressionante como o discurso de Dilma parece ignorar que ela e o seu partido estão no poder há 12 anos. A pergunta que fica é: porque ainda não fizeram essas reformas? Tiveram muito mais apoio do congresso anteriormente e essas reformas estão “na fila” há muito tempo.

Daremos prioridade ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação, estimulando e fortalecendo as parcerias entre o setor produtivo e nossos centros de pesquisa e universidades.” – É notável essa prioridade. Percebemos pela nosso imenso número de patentes e inventos tecnológicos.

Um Brasil mais competitivo está nascendo também, a partir dos maciços investimentos em infraestrutura, energia e logística. Desde 2007, foram duas edições do Programa de Aceleração do Crescimento - o PAC-1 e o PAC-2 -, que totalizaram cerca de R$ 1 trilhão e 600 bilhões em investimentos em  milhares de kms de rodovias, ferrovias; em obras nos portos, nos terminais hidroviários e nos aeroportos. Em expansão da geração e da rede de transmissão de energia. Em obras de saneamento e ligações de energia do Luz para Todos.
Com o Programa de Investimentos em Logística, demos um passo adiante, construímos parcerias com o setor privado, implementando um novo modelo de concessões que acelerou a expansão e permitiu um salto de qualidade de nossa logística. Asseguramos concessões de  aeroportos e de milhares de km de rodovia e a autorização para terminais privados nos portos.”- Porque está demorando tanto pra nascer esse Brasil competitivo? Já faz 12 anos que ele está em gestação se for assim. O governo do PT se gaba dizendo que investiu uma montanha de dinheiro público com investimentos, porém quase nada foi entregue e muitas obras estão com graves problemas de superfaturamento e paralisação. É uma confissão de incompetência e incapacidade de gerir o dinheiro público.( ver http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/pac-2/ para alguns detalhes). A presidente fala muito em concessões, mostrando mais uma vez a dependência do governo por parte do setor privado, o que é perverso e demonstra uma enorme fragilidade econômica(além de ser uma conjuntura muito propícia para a corrupção - Porque o governo é tão incapaz de gerir?  e leia sobre o Intervencionismo e a “3ªa via”).

“Agora, vamos lançar o 3º PAC, o 3º Programa de Aceleração do Crescimento e o segundo Programa de Investimento em Logística. Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimento em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimento público e, sobretudo, parcerias privadas. Vamos aprimorar os  modelos de regulação do mercado, garantir que o mercado privado de crédito de longo prazo, por exemplo, se expanda. Garantir também que haja sustentação para os projetos de financiamento de grande vulto.” – Olha a presidente falando em “regular mercados” aí. Regulamentar os mercados não os ajuda presidente, apenas atrapalha pois assim se amarra as mãos dos empreendedores e os impede de conseguir colocar suas boas idéias em prática. É a famosa expressão: “Criar dificuldade para vender facilidades.” Expansão do crédito? Presidente, a senhora é economista(deveria ser pelo menos), deveria saber aonde isso vai dar já.( Intervencionismo - uma análise econômica: Cap 3: inflação e expansão do crédito ). E sabendo que Dilma quer lançar o PAC3, fica a dica: segura a sua carteira leitor.


“Reafirmo ainda meu compromisso de apoiar estados e municípios na tão desejada expansão da infraestrutura de transporte coletivo em nossas cidades. Está em andamento na realidade uma carteira de R$ 143 bilhões em obras de mobilidade urbana por todo o Brasil.

Assinalo que, neste novo mandato, daremos especial atenção à infraestrutura que vai nos conduzir ao Brasil do futuro: a rede de internet em banda larga. Em 2014, em um esforço conjunto com este Congresso Nacional, demos ao Brasil uma das legislações mais modernas do mundo na área da internet, o Marco Civil da Internet. Reitero aqui meu compromisso de, nos próximos quatro anos, promover a universalização do acesso a um serviço de internet em banda larga barato, rápido e seguro.” – Devo lembrar ao leitor de qual é a situação da internet no Brasil? (9ª pior internet nesse ranking e JN mostra que estamos em uma péssima colocação em internet banda larga). O marco civil é considerado pela população como uma das PIORES realizações desse governo(apelidado por muitos de “Marx Civil da Internet”). Ela reafirma o compromisso com universalização de algo que praticamente não existe no momento e que melhorou à contragosto do PT(privatização das empresas de telefonia). 

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